Nos últimos dias tenho sido muito impactado com o assunto polarização, principalmente quando volto-me a ler assuntos relativos a religião na pauta da grande mídia. Demissões por questões religiosas, tráfico de drogas com discurso cristão, discriminação pelo diferente com justificativa de fé, alienação cultural e, em meio a tudo isso, a capa da Veja SP desta semana apresenta a guinada da Umbanda por meio de um discurso mais popular, inclusivo, amoroso e programática por meio das redes sociais e exposição de seus líderes. Nesse cenário, me fiz uma pergunta que estou devolvendo para você aqui, comunicador cristão e estrategista da linguagem nas igrejas brasileiras: será que essa linguagem bélica cristã tem a ver com Jesus? E, ainda, será que essa apropriação de um discurso egocêntrico, egoísta e exclusivista nos ajuda a propagar o Evangelho em um mundo carente de conexão, atenção, experiências e empatia? Sobre a matéria da Veja SP, não vejo nesse movimento de outras religiões nada novo. Nossa missão, desde a década de 60, se apropriou da linguagem cultural disponível para se conectar com a sociedade, principalmente com os jovens. Fizemos músicas “populares”, evoluímos nossas práticas de ajuntamento, nos apropriamos das técnicas culturais e práticas de comunicação. Mas parece que nosso protagonismo estratégico da missão está se perdendo junto ao aumento da polarização. Somos nós contra eles? Somos nós, os eleitos, quem ditamos as regras, a política, a moral, a ética e as leis? Lembro que Jesus veio para incluir os gentios entre o “povo escolhido”, que sua linguagem era inclusiva e amorosa, que seu ministério aconteceu na cidade entre àqueles que nem sempre estavam alinhados com o caminho proposto por Ele e que sua missão, nos dada em Mateus 28, era conquistar o mundo por meio do amor e não por meio da guerra, da discussão, da opressão, da segregação ou da polarização. Qual a linguagem que você e sua igreja tem usado para conectar pessoas ao Evangelho?
Polarização: será que que a linguagem cristã tem ajuda a missão?
Atualizado: 29 de jun. de 2020
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