Meu telefone poderia ser 193, mas apesar de ter estes três números dele, continua tendo nove números. Nestes últimos dias, me vi como uma central dos bombeiros, sempre acionado por algum pastor ou membro de igreja que observo sinal de fogo em seu radar ou, sendo mais preciso, em seu ministério. E, olha, não estamos falando de avivamento não.
Preciso de ajuda para pensar os próximos passos de minha igreja? Tenho visto muita gente sair, o que posso fazer? Minhas redes sociais não engajam! Preciso dar uma mexido no visual da minha igreja, você faz isso? Não tenho conseguido atingir os jovens? O que posso fazer para ser relevante e conhecido em minha região?
Essas e outras tantas são as perguntas que ouvi nos últimos três dias. E, se você pensa que elas vieram apenas de líderes brasileiros, está enganado. Fui procurado por líderes de igrejas no Brasil, aqui nos Estados Unidos e Europa. Mas, a região em si, não interessa. A pergunta que está na minha cabeça é o por quê há tanta gente questionando a relevância e eficácias de seus ministérios assim? O que tem de errado por trás desta busca urgente por "comunicação"? Será mesmo que é só um problema de comunicação? Estamos orando para ouvir o que Deus tem para nossas comunidades (de verdade)?
De fato, creio que sim, há muitos problemas de contextualização das igrejas hoje, principalmente quando falamos na atuação da igreja na cidade, em seu contexto, em seu bairro. As igrejas deixaram de atuar como "paróquias", que tem o objetivo de liderar e cuidar espiritualmente das pessoas que estão à sua volta para se tornarem igrejas com "síndrome" de atuação global. Estamos, talvez, produzindo igrejas enlatadas, com líderes enlatados e de pouca capacidade de atuação prática (mão na massa), que tem dificuldade de olhar em seu entorno, pois estão com os olhares treinados para o que "está por vir". Ao olhar o horizonte, o futuro, muitos estão perdendo a capacidade de se conectar, de forma empática, com o local onde estão atuando, estão deixando de conhecer as pessoas e entender seus comportamentos e estão desaprendendo a sentir o "cheiro de suas ovelhas"...
Além disso, é claro, o mundo está mais complexo e o evangelho precisa ser contextualizado e aplicado com linguagens mais palatáveis para cada público. Do flanelógrafo à tecnologia, é preciso saber como quem se está falando ou com quem se objetiva falar para, aí sim, traduzir a Palavra de Jesus ao receptor, sem ruído e de forma clara.
Mas, de fato, abordei apenas dois pontos que ainda me deixam com essa pergunta na cabeça. Será mesmo que nossas igrejas, hoje, estão apenas com um problema de comunicação para resolver?
Oro para que Deus me capacite e me dê sabedoria para topar cada desafio de ajudar igrejas a serem mais saudáveis. Para 2 ou para 20.000 pessoas! O que é importa, no final do dia, é que Jesus esteja em cada uma destes lugares.
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